Dito I
Tanto amor, tanto Que não caibo em mim, Extravaso pela afetividade. Desejo morar no abraço, Acabar com o espaço Que nele possa haver. Quero ser orientador pacífico Na costa Atlântica, Ser parte do todo, consta: Mar, areia, céu, vida... Sem sono conturbado, Dormir em uma cama estreita, Coberta fina e lua acesa, Reconstrutor de sonhos diários. Deixe, Que flua a energia. Tanto amor, tanto.
Dito II
Mas, não é deste que falo É o outro, o descoberto. Não aquele cego e incendiante, Puro e sincero Para com um ser apenas. Falo doutro, pois, Aquele dos monges bêbados, Dos meditadores de penhascos, De dar-se em plenitude. Reconhecido: amor De compaixão, de Dia-a-dia. Lembra-te O sentimento que move à caridade? Algo tem de ser bálsamo.