Uma tal de Lúcia.

A oportunidade perdida, volta jamais. As sensações vividas, repetem-se nunca. Travo com a idade uma batalha da qual certamente saio derrotada. Cada flanco é cicatriz sarada com a acidez da hora ida. “São marcas de expressão”, diziam; acenava positivamente com a cabeça enquanto tateava a pele que tanto mais se enrugava com qualquer manifestação de afeto ou rancor. Percebo que aos poucos fico mais próxima da terra, minha coluna se curva de tal forma que é como se saíssem braços do solo e me puxassem pela cabeça na sua direção, o que é, notadamente, uma cobardia com alguém que mal se mantém em pé. Passo o dia na varanda vendo o movimento dos automóveis, ônibus e caminhões abarrotados da pressa rotineira. Pisco os olhos lentamente e meu maior compromisso é não perder a hora do remédio ou a reza vespertina do terço na televisão. Se a noite foi conturbada deixo o sono me arrematar e durmo sentada ali mesmo. Algumas vezes vêem visitas tomar um chimarrão e conversar qualquer coisa. Gosto ...