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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Life is Wonderful

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(Da festa de despedida de uma colega de trabalho. Sinceramente não sei como as palavras “festa” e “despedida” podem estar na mesma frase. É um recomeço e a mudança rejuvenesce, favorece cicatrizações, abre nossa mente pra tudo aquilo que ainda não ousamos fazer e isso é bom, é a isto que devemos comemorar. A despedida é melancólica, gera aquela perturbação irônica na nossa consciência de que não dissemos tudo que queríamos, neste caso o mais conveniente seria se deleitar nos abraços intermináveis com vestígios de choro.) N as peripécias do dia-a-dia é que verdadeiramente descobrimos o valor das pessoas, nesse vai-e-vem incessante de risos e ânimos inflamados, no caminho tortuoso da dúvida, do sentimento não transformado em verbo ou expressão facial. Assim, quando o céu enegrece e não há corrimão no trajeto íngreme, quando a adrenalina acelera nosso coração, contrai as pupilas e ofega a respiração, precisamos é de alguém que nos guie, afague nosso medo e diga que tudo vai dar certo, q...

Rasuras no cotidiano

Chego à parada e aguardo condução pr’um encontro futuro. Entro no jornal e leio o ônibus, atordoado, trocado, vale-passagem e até aqui Cobrador é mal encarado. Óculos grandes, bifocais, com emendas de fita adesiva. Levo um aquário debaixo do braço e um trunfo escondido na manga. Procuro alguém que caia feito peixe e aposte comigo um feixe de amor sólido. Sou de gêmeos porque minha mãe deixou de ser virgem. Vivo assim, pois sem tudo tenho o nada e vertigens no quinto andar. Pulo infortúnios e guarneço meus punhos com os ponteiros do tempo insistentes nos mesmos números. Trabalho tanto quanto devo me divertindo tanto quanto posso, Não perco a piada! Mas sim, Já perdi mulher, carro e espingarda. Sou um índio branco, Um velho manco, Um homem sonso, E um moço bom. O meu casulo é um guichê, retire sua senha.

Marimália Colminé

"Eu tenho febre, eu sei É um fogo leve que eu peguei Do mar, ou de amar, não sei Mas deve ser da idade Acho que o mundo faz charme..." (Renata Arruda) Deu de costas, improvisou um “até breve” e a partir de então nunca mais o vi. Foi outro de tantos, o conseguinte era sempre consolo do anterior e todos foram histórias incompletas de afeto. Eu os amei, vivi o mundo de cada um da forma mais intensa que me permitiram, com a entrega mais farta que pude. Foram tolos que Gostavam pela metade e estavam ainda aprendendo a fazer amor, que marcaram meus espaços com sua presença e quando partiam me obrigavam a preencher um triste imenso vazio colorido com mais outra companhia em preto e branco. Sim, o problema sou eu que não sei viver o tempo da dor e nem o tempo de coisa alguma, porque minha vida é regrada por imediatismos que se tornam passado insignificante tão logo o puramente novo me arremate . Hoje tenho amigos perambulantes nas vias da insanidade social que me apresentam ...

Novo

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É novo, não? Parece-me que muda pouca coisa, certamente temos a oportunidade de criar um ponto de partida para alcançar nossas metas ou desejos, mas objetivamente é apenas o movimento contínuo do tempo que nunca embarca passageiros atrasados. A numerologia vai despejando previsões de como um ano ímpar regerá a vida das pessoas e minha irmã até comprou uma daquelas revistas de zodíaco, prevêem uma convivência familiar tranqüila, vou ganhar alguns reais a mais – talvez do aumento do salário mínimo – e colecionar desastres amorosos. Independente de serem presságios válidos ou não, terei de buscar na labuta diária os índices de aproveitamento positivos, indícios de sucesso e esbanjar dos sorrisos felizes. Faltavam alguns minutos para que o nove se tornasse dez, na televisão mostravam festejos pelos quatro cantos do Brasil: bêbados, abraços, beijos, toneladas de fogos de artifício, luzes e milhões de pessoas aglomeradas na esperança renovada de que tudo será melhor. Eu sentado em uma c...