Sentou na privada para ter um momento consigo, sua tarefa era libertar o rejeito e pensar em um jeito de transformar suas contradições ideológicas em frases de efeito. O gelado do assento eriçou os pelos de suas coxas, mas logo estava confortável com calça e cueca arriadas. Encaixou os fones de ouvido do mp4 e escolheu a pasta do Raul Seixas: cagar ouvindo música era algo a ser experimentado, era um aspecto revoltoso da sua personalidade que estava para aflorar, afinal, ele não precisava dar explicações a esse respeito. O meio em que o individuo vive, interfere-o. Claro que usava blazer e camisa minutos antes, poderia não ser, caberia usar qualquer outro traje que lhe fosse aprazível, o discutível está nas exigências de seu meio social, que só lhe credibiliza quando sua aparência física faz transparecer conquistas de supérfluos indispensáveis como dinheiro, por exemplo, nunca teve uma percepção tão nítida da importância que toda a humanidade dá a um papel de troca com significância m...