Acusaram-te. Sequer pediram tua razão ou vontade, agora reprimida. Intumesceram teu sexo, regozijaram teus dias e prenderam-te solitária, por fim. O cárcere vigiado pela culpa é abrigo perpétuo dos instintos inconsequêntes quiçá reparados pelo tempo. Transformaram teu afeto em peças de memória longínqua, criaram agonia e rebelaram tua ira contra o mundo que das tuas infelicidades mal sabia. Então, como quem supera os acidentes no relevo da vida, prosseguiste ungida de esperança posta à frente com vestido e tranças, disposta a tentativas e revanches a fim de tornar-se nova mulher ou para todo sempre criança.