Preciso falar outra língua pra funcionar os dois lados do meu cérebro. De certo que tenho algum benefício com esse feito, pelo menos pediria direito o croissant com milkshake . Então pego minhas malas cheias de compromissos e trato de preenchê-las com roupas de verão. A sunga ocupa pouco espaço, mas o que importa é a passagem, o que importa é o lugar e há os que dizem ser importante a companhia, acho que vale ter uma grana frouxa e um destino inusitado e qualquer cenário é perfeito. Vamos conversar, a gente precisa casar pra não romper os ritos e expor a honra que os grilos prezam manter. Oh meu deus, será que até ateu casaria se estivesse apaixonado? Seria católico ou protestante de uma nova religião que é o amor, quem seria seu deus? Seria uma divindade feminina com cartões de crédito e novalginas? Já tirei todo peso inútil das malas e falta minha gravata de seda e dois outros itens para sobrevivência ilimitada: o silêncio e uma parada no tempo. Ouço voz...