Megera Polvilhada de Púrpura
Ah! Se me tivessem ensinado escrever, brocardos assombrosos em curtas frases de poema disfarçadamente teria denunciado essa megera polvilhada de púrpura que de mim fez uma puta Entorpecida no brío da luxúria. Mas não! Deram poetas ao estudo tal como objetos de uso torpe Camões! que sequer me ensinaram Decassílabos fizeram dele uma obrigação Entediante e vazia da arte enclausurada. M ataram aos poucos o escritor que por sinal em mim havia, e fizeram bem eu diria Porque vejam que mesmo assim asfixiado vim tecendo essa teia de versos e contos que contam não menos que o abuso não mais que o abruto assalto do meu dom e da completa mudez da minha fala. Ficarei sóbrio, pra que eu lucidamente Des ça até o pé do córrego e descans e de minhas lembranças. Acentuarei minhas palavras erradas Ordenarei algumas linhas, ademais não saberei - nunca saberia, denunciar-te poeticamente.