2º andar, 201 - das Andradas.
O interfone do prédio ficou sem voz
Aguardava que ele fizesse algum som
Que apitasse alguma coisa
Definisse um chamado pra destrancar a porta.
Não.
[Foi-se o gás da água mineral
(e também não voltou mais)
A geladeira esfriou sem comida
Escureceu a rua de dia
Acho que era mesmo um temporal que vinha,
Mas eu dormi antes
Encostado na parede
Agachado na vertigem da espera.
Assim descobri por ti:
Sou um achado
Disputam compartilhar meu espaço
Dou um espaço e disputam
um achado ainda não compartilhado.]
Daí vem de longe um eco rasgado
O interfone foi tomado de um medo cego
Tremendo pedi um nome
E que subisse com muita pressa.
Doutro apartamento, não sei qual
Mas enganos acontecem
Entre! – esteja à vontade
Mata esta ânsia,
já nem mais saudade
- Estranha.
- Estranha.
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