ausência de calma e a polinização que de nada interessa ao texto
Quando essa febre
termina, é pela cafeína que arruinou o sono ou pela chá que ferrou
os planos de dor e nostalgia? Será que a gripe interrompeu o ciclo
hormonal do universo e pólen das flores abnegou de fecundar para o
fruto? Estou assistindo engenheiros e as nuvens de algodão passam
pela fronte e tomam de mim qualquer indicação de sentido pra
seguir: não procure bússola nos meus olhos que estou cansado de
olhar adiante, assente-se por aí, tenha por perto o ouro do afeto e
registre nos seus cadernos a data certa de cada fase da lua.
Frequentemente tenho
lembranças de que outrora paixões devassavam a puerícia, concluí
que desperdício é insistir no passado e nessa ânsia de amanhã,
método de viver ineficaz é abraçar o improvável, compensa mesmo é
ter dois terços generosos de esbanjação na vida privada e um
quarto de descrédito público para honrar as noites em que não dei
cabo das minhas obrigações, a fim de escrever dois parágrafos
curtos reclamando o que minhas sentenças poucos intelectuais
impediram calar.
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