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Mostrando postagens de setembro, 2008

Do Impresso

Sabe o que deveras odeio? Ter de fazer azul, Quando finda o preto.

Da Vida na Temporada das Flores:

As coisas sempre me acontecem no tempo errado Ou cedo, Ou tarde demais. Raramente o benefício é pontual.
"Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam." (Platão)

Cinco fixas uma garrafa e dois Copos

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Na verdade eu não recusaria o convite de um amigo para uma cerveja às 22 horas depois de um dia cansativo, pigmentado, no entardecer, por discutições de cunho social orientadas pelo visionário da religião católica não ortodoxa. Fomos a um bar que anunciava a transmição de jogos do Grenal com uma faixa tremendamente visível dependurada na grade de entrada, mania gaúcha da rivalidade esportiva. Logo adentramos no antro desconhecido e nos aproximamos do balcão de mogno lustroso, cumprimento um amigo que sugava adolescente seu cigarro, também eu, sem demora completei meu copo, dispensando colarinho pra começo. O líquido amarelado e amargo terminara breve sob a luz verde daquele balcão e a secura dos meus lábios, meu acompanhante comprara três fichas e fora jogar sinuca com um homem sem o braço esquerdo, equilíbrio considerável entre ambos já que 'habilidade' não era uma palavra oportuna. Observava, pedi a segunda garrafa e fui convidado a testar o “choque de bolas” com ou...

Poema Abobado

Antonieta Maria, filha de Paulo Irmão de Afonso Neto do Congo Africano. Carroça sem roda, Furo na bota de Severino que entrou na estória comigo, Cunhado! (à colega Cláudia Gisch, de especial participação)

Linha Sítio (CEBS - vez primeira)

Sob o rochedo, observo reflexivo o todo ao meu redor. Debaixo de onde estou, pode-se ver uma estrada de terra vermelha, que no raro passar de um automóvel levanta avantajada cortina de poeira. Logo à frente, extensas planícies onde alguns animais põem-se vagarosamente a pastar, desconsidero suas limitações intelectuais. Penso por hora que talvez sejam mais inteligentes que nós, parece-me que estão cientes de seus prováveis destinos: o matadouro, por isso vivem calma e prazerosamente cada instante que ainda lhes resta. Vai deslizante meu olhar curioso, observo que a planície mais próxima da estrada fora recentemente arada, há a sua esquerda uma casinha de madeira de um verde um pouco mais claro que o das folhas das árvores, é um tom enjoativo que provoca um leve desconforto. Um pouco mais e já se vê a igreja, silenciosa em seu badalar de sinos, talvez se harmonizando com o meio, ou, consentindo aos pecadores o esquecimento momentâneo de seus dogmas sufocantes e incondizentes co...

Medicina Cardiológica Subjetiva Aplicada – Pós fase paterna.

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Patologia Congênita ou Doença de Nascença Esta é especificamente um “furo” entre as câmaras superiores do coração, átrios, que toda criança tem no seu período embrionário e fecha-se no primeiro suspiro de vida, neste caso não se fechou. Esse “furo” de 0,8 cm provoca a mistura do sangue oxigenado com o não oxigenado causando uma sobrecarga na funcionalidade pulmonar já que o esforço é maior para suprir a necessidade de oxigênio no organismo. Prótese é viável mas as chances de rejeição são altas, o caminho mais adequado a ver pelo ângulo da jovialidade da paciente é uma cirurgia corretiva. No período de um mês ela estará apta para realizar suas atividades com normalidade. Estrada de chão no desvio de pedágio, mais interessante que o percurso normal, no ar a poeira vermelha dos automóveis que passam velozes e o estalido das pedras na parte inferior da lataria, dispensável este comentário já que aquela altura eu nem mais prestava atenção a detalhes como tais. A família ...

Clique e compre

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Por certo você nem imagina Quanto tempo do meu dia Perco-me em pensamentos distantes A idealizar ou lamentar mentecapto. Nem a lua cheia (que a muito não vejo) lhe sugere um ensejo Da tamanha nostalgia (forma poética de dizer saudade) Que invade as paredes claras no escuro do meu quarto Insistentemente, até que o ponteiro quebre A barreira da madrugada E eu termine a oração que não fiz Ainda que eu tente E eu tento! Encontrar alguma coisa Que desvie minha atenção Ou me atire inebriado noutro alguém Não há êxito Nem mesmo nos momentos chulamente oportunos.. Sairia correndo, daria um jeito de resolver Da melhor ou pior forma possível Aliás, foi o que eu fiz Apóio na cerca e deixo que a cabeça penda, brusca Porque já pensara demasiado. O refúgio aceita um gargalo Forte e fétido que seja Desde que a doses generosas E que não acabe! Quer dormir e acordar pós dois anos Com tudo pronto Sem maiores encantos Neutro, sim C...

Rua da Conferência

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Eu parei, tirei algumas notas da certeira e entreguei a pequena mulher de turbante na cabeça que logo me foi dando o ramalhete das mais coloridas, variadas e perfumadas flores que eu já vira. Era uma tarde cinza e uma levíssima garoa tornava o dia um tanto quanto estranho, a primavera já permitia aos meus sentidos o deleite de sua bela conjuntura, pássaros que cantam ali, borboletas que bailam acolá e carros, centenas deles, que cortam bruscamente a leveza do cenário, e sob este ar de contrastes ia me dirigindo à catedral no centro da cidade. A solidão persistente já deixava marcas na minha face de vinte anos, os cabelos negros estavam aparados, usava trajes que remetiam o intuito preferencial de conforto à aparência social, uma calça jeans velha e uma camiseta de um alaranjado que se desbotava, intelectualmente graduado e financeiramente pobre. Afinal nem sei como, mas nasceu em mim ainda na adolescência, onde teoricamente a imaturidade e o descaso com o mundo deveriam ter se...

Alegro do Querer Cancionado

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Entrega-te ao movimento dinâmico dos corpos Das certezas abandona-te, como criança do por que Foge do mundo idealizado, e permite Assim, como por esquecimento voluntário e distraído Os sentidos aguçados aos sentimentos que nascem Não arrisques o desfecho Nem questione os motivos das ações Faça corroer a História Pela realidade oposta, com êxito Entrega-te dócil e desajeitado Tal qual o subir no telhado (na vez primeira) Para pegar a bola do jogo E dar um abraço à senhora Que nas ruas de movimento Ainda hoje vende rosas (roxas, daqui por diante) Não te canses ou surpreendas Beijos ao sol de março Espere-me para a janta Aprenderas os desígnios simples Das horas em minha companhia O transporte (ao deleite) é Entregar-te completa Tens meu pensamento e meu Hoje.

Adolescente do Tipo Tensional

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Quando as orquídeas florescem, Não me diga setembro? Chegou visita, Façamos sala, façamos nada De errado por hoje. Pense, pare de correr das incertezas Cefaléia é dor de cabeça Leva o prêmio quem ataca primeiro. (talvez) E então, estranho não? Assim, serelepe, cabeça juvenil Pula de lá pra cá, deve ser zodíaco, Ou paixão pela arte modernista.. Comprar desodorante no supermercado E buscar canaã, Fugir pelos campos de trigo E depois, entregar-se aos tais perigos.. Onde a força da circunstância te levou? Aconselho: por hora não more na casa do visinho Ele, pobre homem, não aprendeu: Artigo Faz com que “assistir” mude o sentido. Nem compre um papagaio Se não estiver disposto a morrer antes.. Por hora: Você nasceu de um ovo? Da visita, Na sala, fazendo nada? Errado por hoje! Pense, pare de correr das incertezas Cefaléia é dor de cabeça.

O Evento Social(mente)

Gola alta, gosta? E do cheiro do após barba Almíscar, ou fragrância suave Prepare tudo, pegue notas a mais Se não conseguires a locomoção da volta, Não que queira isto, mas sem maiores opções viáveis.. A roupa preta, detalhes da face enrijecida O cabelo sem demasio de ajeites Para quebrar linhas tênues impróprias do evento breve Espontâneo e alegre, cabível Sem laços de interesse ou ditos de agrado Amado ou odiado esta noite Inebriar-te-ei, não procure meus olhos no longínquo Não encontre meus lábios nem busque dividir o ar respirado Amado ou odiado Só, talvez, meio a tantos vocês Preciso de poucos, imprescindíveis Não permita que saibam.. Gola alta, gosta?

Amor Sincero

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(Enquanto bebo Iogurte de Ameixa) Há alguns dias atrás, voltava para casa quando passei frente a uma grande escola de portões amarelos, na qual, aliás, até eu já havia estudado, mas o fato é que naquele local aglomeravam-se uns três meninos, dois sentados no chão “batendo figurinhas” e um de pé, sendo que no breve momento que passei por eles pude escutar este dizendo: “Não meu, Te Amo é quando as pessoas vão se casar!”. Não imagino o que os conduziu a tal discussão nem como o menino de calça acinzentada tremendamente suja chegara a uma conclusão tão ‘magnífica’, mas ele fizera com que eu pensasse a respeito por dias... Hoje recebi um e-mail que fazia refletir nosso lapidar pela convivência social, comparava, em certo momento, o ser humano a um diamante, nele lapida-se uma grande pedra para chegar-se ao âmago, onde está o item de verdadeiro valor, pude concluir então que somos um diamante ao inverso, o nosso âmago vai sendo encoberto por camadas inúteis que apenas ...

Impressões da Quarta (feira)

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E porque não? Casal de papel enfeita vitrine Sempre bem vestidos e sorrindo, Próximos a um banco de madeira Com oito pequenas almofadas, Perfeito por hoje! Liberdade pra trabalhar até mais tarde A meia luz de salas climatizadas Porque todo o esforço seria vão Sem um subjetivo objetivo.. Noites frias em que volto pra casa A cada dia mais envelhecido pelo dia A cada passo mais metodotizado Pela lavagem cerebral social E reflexiono o que não vejo Através do pouco que me é completamente nítido. Estrelas, sim, a única Certeza de presença, Ainda que jaz sua existência no ontem Haverá brilho ofuscante por muitos amanhãs E se um céu de nuvens me lançar à solidão Haverá a lembrança das constelações sul Até o sol da manhã.. Deve ser, esse mundo, um gigante berçário Com todos aqueles acessórios dependurados Sobre a cabeça da criancice de nossas horas Entretidos somos mais felizes Ou menos birrentos.. Dinheir...