Amor Sincero

(Enquanto bebo Iogurte de Ameixa)
Há alguns dias atrás, voltava para casa quando passei frente a uma grande escola de portões amarelos, na qual, aliás, até eu já havia estudado, mas o fato é que naquele local aglomeravam-se uns três meninos, dois sentados no chão “batendo figurinhas” e um de pé, sendo que no breve momento que passei por eles pude escutar este dizendo: “Não meu, Te Amo é quando as pessoas vão se casar!”. Não imagino o que os conduziu a tal discussão nem como o menino de calça acinzentada tremendamente suja chegara a uma conclusão tão ‘magnífica’, mas ele fizera com que eu pensasse a respeito por dias...
Hoje recebi um e-mail que fazia refletir nosso lapidar pela convivência social, comparava, em certo momento, o ser humano a um diamante, nele lapida-se uma grande pedra para chegar-se ao âmago, onde está o item de verdadeiro valor, pude concluir então que somos um diamante ao inverso, o nosso âmago vai sendo encoberto por camadas inúteis que apenas nos aparentam maior tamanho, mas que escondem a presença de um item raro no interior. Lembrei da criança naquele momento, o sol de fim de tarde batia na pedra valiosa de seu interior e refletia a inocência pelas suas palavras.
Eu ali, limpo, mas imundo, querendo esquecer meus conceitos de menino, a fim de que, aceitação social? O que é um “amor” até o fim desse texto? Qual é a importância de tudo que eu disse ou deixei de dizer? Quantas formas de se sentir sem nada sentir... Mostrem-me um poeta que colocara em uma única obra todas as formas de amor, ou alguém que conseguira conceituá-lo, preciso idolatrá-los logo! Quantas pessoas eu conheço e quantas me reconhecem verdadeiramente? Poucas, ou nenhuma seriam capazes de confiar sequer por um momento em mim ou em outro breve conhecido, receio que assim começaram a surgir os sentimentos diversos com única denominação, pela entrega limitada, pelo dizer retraído, o preocupar-se demasiadamente com o pensamento alheio.
Escrevo para aquele menino e por aquele menino, que se faça galanteador o quanto puder e aparente o que quer que seja aos outros, mas que no íntimo de cada sussurro ou discussão amorosa transpasse as barreiras que lhe o fazem em orgulho e transmita a cúmplice de seus segundos sorridentes, as palavras mais verdadeiras expressivas de seu sentir e pensar e em cada adeus deixará saudade infinita e esperança latente.
Pressagiar, ousadia minha, talvez ele vá preferir ficar solteiro, ou morra aos vinte anos, ou ainda seja dono de um prostíbulo
Os girassóis do meu jardim bastariam para alegrar-me toda manhã, mas devo arrancá-los em breve para colorir outros cantos esquecidos.
Vou-me agora, festa!
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